Eu queria um dia só pra mim que eu pudesse escrever longamente escrever muito por muito tempo tudo que me viesse eu to explodindo em pedaços
Eu estou chegando perto de mim, de me aceitar em muitas coisas, minha chatice, minha falta de luz (segundo alguns parâmetros), minhas melancolia constante, minha antipatia, minha brutalidade, minha rudez, meu franzir de sobrancelhas, minhas exigências, meu nadar contra corrente, minha solidão involuntária e minhas necessidade de solidão também, não quero mais ser quem eu não sou ou me culpar por não ser quem não sou, quero também mudar o que eu precisar mudar para o melhor de mim, o que não tem que ser um padrão moldado para ser mais aceito ou mais amada. Essa parece que vai ser a maior reflexão desse novo ciclo, meu ano novo se aproxima, me sinto cada vez mais atenta de alguma forma que não sei dizer para que, aperto os olhos para enxergar melhor por dentro
Preciso aprender a sofrer novamente, recuperar uma coragem adolescente de mudar, me arriscar, cair, engolir água do mar depois de entrar na onda e ser levada por ela, tombando, tombando. Eu preciso tanto confiar em mim mesma. Eu preciso lamber as escamas do tempo, saborear sua carne, voltar à poesia...
Eu queria sentir o gosto do mar como se sente o gosto de mar, sentir a textura da areia esfoliando a pele, sentir o cheiro dos peixes como se fossem minhas entranhas expostas, meu eu, tudo que sou, colocar tudo dentro de um barco e navegar. Aqui não há beleza nenhuma, ou talvez eu não veja. Não, sem nãos, sem negação, ou sim, ou aa aa aa
quanto tempo eu passei negando quem eu sou
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